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21 de maio de 2010

Aquela garota

Sabe aquela garota que não é sua namorada ? Aquela que não é sua melhor amiga ? Aquela que você raramente enxerga, e que não duvido que nem o nome dela saiba ? Sabe aquela mesma garota que você suspeitava que te olhava demais - lembra que você pensava que ela tinha alguma coisa contra você -? Sabe aquela garota que depois de meses que você a via, veio falar com você ? Isso aquela mesma menina boba e ingenua que te olhava atentamente como uma criança vigia um sorvete, lembra-se de como você se sentiu estranhamente bem em ver que ela o notava ? Sabe aquela menina cresceu e hoje é feliz, mas ainda carrega em seu frágil coração uma paixão reprimida, por um certo garoto que ela gostava de olhar, mas que nunca lhe deu nenhum único sinal que a notava.

17 de maio de 2010

Adeus amor,

A chuva cai forte, a escuridão penetra o meu quarto, e a minha alma, lembro-me de quando estava parada chorando por um amor mal resolvido em um banco de uma praça da qual não me recordo, quando você sentou-se ao meu lado, dizendo que fora enviado para me proteger. Eu ri, achando que era mais uma cantada barata, eu estava enganada.

Você simplesmente segurou minha mão, e eu fui tomada por um sentimento tão doce que mal pude respirar, eu estava feliz, feliz como da primeira vez que ganhei minha primeira bicicleta, eu estava completa! Lembro-me que sorri e você me disse para não repetir isso, fiquei confusa, eu olhei em seus olhos, você desviou o olhar, disse que continuaria me protegendo, mas de longe.
Eu realmente não entendi, dias depois eu me vi sentada no mesmo banco da praça mas já não podia ver o seu olhar, um frio mórbido ecoou em meu estômago eu chorei, e percebi que eu o amava, eu amava o modo como apareceu repentinamente eu um dia triste e o transformou no mais feliz, eu amava o modo como havia mexido comigo, eu amava o jeito que você sorria e se assustava com meus olhos, eu amava os 20 minutos que passamos juntos. Eu amava você !
       Lembro-me do dia em que eu queria me matar por não te ter, lembro-me de pegar uma faca e pressionar sobre meus pulsos, lembro de tudo escurecer e de repente eu ver você, lindo como antes, ainda se assustava quando nossos olhos se cruzavam e isso me fez rir, segurei suas mãos , e você me pegou, vi assas surgirem de suas costas e senti o vento bater forte enquanto voávamos, apaguei, nunca soube se era real ou eu havia sonhado, mas eu o vi parado ao lado da maca no outro dia, eu não precisava de explicações.
Lembro que me deu um beijo na bochecha e sussurrou em meus ouvidos, " me desculpe por me apaixonar por você, eu nunca devia ter me aproximado" ainda zonza pela medicação eu sussurrei uma pergunta " por que ? " , " por que anjos não podem amar " , você saiu !
Lembro-me de quando olhei pela janela, e vi você entre as gotas de chuva que inundavam seu corpo, a sua imagem vindo em minha direção me invade a cabeça, lembro-me de que fui até a janela e você escreveu ADEUS , e colou sua mão no vidro, eu coloquei minha mão sobre a sua, e grandes asas brancas surgiram de suas costas, você voou, me deixou, de novo.
Hoje estou aqui, olhando mais uma vez pela janela em uma tarde chuvosa, coloco minha mão sobre ela, sinto vontade de correr para fora e me encontrar em seus braços, mas você não esta lá, você desapareceu junto ao seu breve recado de 'adeus' escrito a dedo, no vidro embaçado de minha janela . E eu fiquei sem saber se era um sonho, mais de uma coisa eu tenho certeza, você foi real o bastante pra me fazer te amar, como nunca amei ninguém, e provavelmente não amarei.

16 de maio de 2010

Mulheres sem homens são como peixes sem bicicletas, sem insegurança e sem machucados !

14 de maio de 2010

                 - Olá, tenho que confdessa-la que venho lhe observando, mais que isso, venho lhe espionando
                 - Posso saber por que ?
                 - Acho que estou apaixonado por você !
                 - Isso é tremendamente assustador
                 - O fato de eu te espionar ?
                 - Não , o fato de eu amar quem me ama !

Pequeno anjo,

Sou apenas uma criança, e talvez por isso eu não tenha o direito de estar aqui, dizendo que enfrento problemas e dores. Era para ser mais fácil para nós pequenos seres, pois nossos problemas geralmente machucam mais, mas são mais simples , bem pelo menos na teoria.
Sinto que já amei mais, que já sofri mais, que já vivi mais que muitas pessoas que viveram por vários anos, talvez por ter de cuidar da minha pequena Ellie, minha irmãzinha, sou 1 ano mais velho ela tem 8 eu tenho 9 anos, depois do acidente em que nossos pais morreram - ano passado -, Ellie ficou muito frágil, não comia, não sorria, arrisco-me a dizer que ela não vivia mais, eu vi minha irmãzinha se destruir aos poucos, e não pude fazer nada, estava impotente. O câncer tomou conta dela de uma forma brutal, ela não tinha defesas, estava vulnerável, e fraca, ela não queria lutar, tinha simplesmente aceitado, eu sentia que ela desejava a morte.
Com o tempo, e os tratamentos, o cabelo dela começou a cair, sua pele ficou frágil, ela estava ainda mais vulnerável que antes, um dia fui visitá-la , foi quando ela se escondeu, porque estava sem cabelo, e eu disse que não a amo somente fisicamente e sim espiritualmente, pois não amamos um corpo e sim uma alma. Eu era sua única família, e ela a minha, eu a amava mais que a minha própria vida.

- Eu preciso que seja forte Ellie, como sempre foi.- disse eu, enxugando as lágrimas quentes que brotavam de meus olhos assustados

- Eliot, eu perdi todo o meu cabelo - ela soluçava - não pode mais fazer tranças em mim, nem puxar meu cabelo em uma briga, eu estou tão feia. -Nem eu, nem ela conseguíamos controlar o choro impulsivo que brotava de nós.

- Eu estou aqui irmãzinha, e quem disse que está feia ? você esta só .. - lembrei-me de algo que a mamãe dizia . - diferente

- Acha mesmo que estou diferente ? - ela disse enxugando as lágrimas

- Sim, esta bem diferente, está lindamente diferente, sabe, eu queria ser diferente assim. - Ela sorriu

- Acha que a mamãe tem orgulho de mim ? Ela dizia que tínhamos que ser diferentes, por que quando somos iguais nos apagamos, lembra-se ?

- Lembro sim, e acho que ela esta cheia de orgulho, lá no céu, e eu, eu estou cheio de orgulho aqui.

E pela primeira vez desde o acidente dos nossos pais no dia 25 de março de 2010, eu vi um sorriso puro no rosto da minha pequena Ellie, enquanto ela corria para os meus pequenos braços e dizia:


- Obrigada por se orgulhar de mim, eu te amo irmãozinho

5 de maio de 2010

photograph

a arte de eternizar momentos que nossa tão simplória memória não é capaz de guardar !

    photograph lovers !

4 de maio de 2010

aquela a quem eu chamo de minha !

Vejo-me perdido novamente em meus surtos imaginários, seria tão mais fácil se tudo se adaptasse ao meu modo de ver as coisas, se eu pudesse simplesmente gritar ao mundo todo o que eu sinto, chorar, e sorrir sem ser julgado, sem toda essa pressão, sem câncer !
Não creio que esteja com medo, bem, não sei ao certo o que estou sentindo, mas não parece medo, um certo alívio talvez, mas não devia sentir alívio, o fato de não ter mais que 1 ano de vida não é um bom motivo para estar aliviado. Mas talvez, talvez seja isso, talvez eu mereça e queira morrer.
Algo me arranca com uma força brutal de meus pensamentos, eu havia derramado minha dose de wisk, minha blusa estava encharcada, eu comecei a rir, pensando o quão patético estava eu, parado ali , em meio a um bar no subúrbio de uma cidade badalada, perdido em pensamentos vãos, com um ano de vida e uma blusa cheirando a álcool. ri, mais uma vez.
Foi quando olhei para a entrada do bar, e à vi, ela entrou no bar com seus longos cabelos ruivos, encaracolados , maquiagem pesada, roupas pretas, uma bota de cano alto, também preta e com alguns detalhes em correntes, uma luva que subia até o final dos pulsos, uma meia calça rasgada. Ela não podia ser real, era a imagem mais perfeita que eu já havia visto, nada podia se comparar a ela, eu queria olha-la para sempre, queria toca-la e ama-la, queria chama-la de minha!
Ela entrou sentou-se em um canto escuro, sua pele branca era iluminada por um feixo de luz que a alcançara em seu refúgio, era como se eu tivesse voltado, antes do meu diagnóstico de câncer, antes de tudo perder o sentido, quando eu ainda enxergava beleza nas coisas, como era possível com apenas a imagem dela eu me sentir tão bem ? me sentir tão vivo ?
Eu sentia as horas correrem como se fossem segundos, ela mal se movera desde quando chegou , parecia uma estátua, um anjo negro, minha salvação, meus olhos não conseguiam não olha-la. O relógio marcou uma nova hora, haviam 3 horas que ela estava ali, ela moveu a cabeça levemente para a direita para poder enxergar o relógio, seus longos cabelos ruivos mexiam como pequenas ondas. Ela se levantou e saiu, eu a olhei sair, sem fazer nada, impotente outra vez, eu não havia lutado contra o câncer e nem contra o amor, os dois haviam vindo e se alojado em mim , extinguindo todas as coisas boas que eu já senti um dia.
Chamei o garçom, perguntei

- Ela vem sempre aqui ?

- Desde que descobriu o câncer

- Ela tem câncer ? - perguntei sentindo meu coração bater tão forte que comprimia meus pulmões.

- Não, ela diz que sonhou que um homem precisava dela, ela sonhou com ele aqui, e desde então vem aqui todos os dias, fazem 3 meses, a mesma hora, esperando pelo homem, acho que ela esta louca...
Ele continuou a falar, eu já não podia ouvir, meu sangue pulsava forte em minhas têmporas, fora a 3 meses que eu havia descoberto o câncer. Ela havia sonhado comigo, e vinha aqui a minha procura , ela vinha aqui por mim! - Eu sorri, enquanto lágrimas quentes escorriam por meu rosto.
O dia passou lentamente, não consegui dormir, assim que deu 5:00 horas, eu corri para o bar, ela chegou as 6:00 como ontem, com a mesma maquiagem pesada, e uma roupa preta, ela se sentou no mesmo lugar, imóvel. Fui até a mesa, sentei-me, abri a boca para falar algo, não sei o que, nenhum som saiu, tentei outra vez, ela prensou seus dedos gélidos contra meus lábios, olhou nos meus olhos, ela chorou, eu chorei. Segurei sua mão com força, a puxei para mim, a abracei, ficamos assim, como se fossemos um.

- Me desculpe. - Ela murmurou com a cabeça ainda sobre meu peito

- Desculpar-te ? você me fez voltar a viver, quando eu já havia desistido.

Ela chorou mais uma vez. - Eu esperei por você

- Eu sei - Disse sorrindo - obrigado
- Não quero que morra.

- Sonhou que eu ia morrer?

Ela chorava sem parar, balançou a cabeça que sim.       

- Sabe, eu não me importo, por que mesmo que eu morresse agora, tudo teria valido a pena , desde o momento em que você entrou por aquela porta

- Sonhei também, que você me chamava de sua.

- Não quero te prender a mim, não quero que seja minha para que depois se machuque com a minha morte.

- Minha vida se tornou você, tive certeza disso quando você sorriu, eu sempre fui sua. Eu te amo.

- Eu te amo . - minha menina, daqui até a eternidade.

Colei meus lábios nos dela e sussurrei,- eu sou seu



3° lugar - edição músical - estou tãooo feliz (:

1 de maio de 2010

entre sorrisos desconcertados,

          Dois anos se passaram desde o dia em que te perguntei as horas na entrada do metro, desde o dia em que me apaixonei por seu sorriso desconcertado, desde aquele dia em que a chuva levou os estilhaços de uma paixão repentina.
         O fato de todos os dias desde aquele a dois anos atrás eu ter pegado o mesmo metro, a mesma hora, com o mesmo garoto do sorriso desconcertado e um relógio gasto, e sempre perguntar as horas, fazia com que cada dia mais eu me viciasse nele, me fez amá-lo, simplesmente por ser como é.
        Lembro-me claramente de uma segunda-feira nublada, em que meus olhos o procuraram de modo desesperado, em vão, e foi assim no dia seguinte e seguinte, passaram-se alguns meses e meus olhos não desistiram de te achar, novamente, em vão.
         Me perdi nas lembranças, e agora estava atrasada para o metro - o mesmo de dois anos atrás - , corri o mais rápido que pude, e quando entrei um senhora me virou, e perguntou-me ao me mostrar uma foto : 
- Me desculpe mocinha, mas é você não é ?

- Sou sim - respondi analisado a fotografia , onde eu estava aqui nesse mesmo metro, mas eu não parecia a mesma, eu estava feliz.

- Eu achei essa foto nas coisas do meu neto, bem tem muitas outras.

- Quem é seu neto ? - perguntei confusa
           Ela me mostrou uma foto do meu menino, de sorriso desconcertado e um relógio gasto que tanto me era útil todas as manhãs, eu chorei, desabei.


- Calma minha menina, ele não ia querer te ver assim.

- O-o que houve ? - perguntei entre os soluços do choro mais puro da minha vida.

- Ele esta em coma, sofreu um acidente, a dois anos atrás, vão desligar os aparelhos hoje. E quando te vi aqui ontem, lembrei-me dessas fotos, e achei que ele ia querer que eu te entregasse isto antes de morrer.- Ao pronunciar a ultima palavra sua voz frágil e rouca tremeu. Ela me estendeu um bilhete.

Meu nome, eu te, Bem, São 05:00 horas agora, não consegui dormir,
por que não aguento mais esconder o que eu sinto por uma certa garota de all star surrado e um sorriso desconcertado que faz meu coração bater mais forte. Hey garota, eu te amo.

      Nem mesmo digeri o que estava escrito, o metro parou, eu desci a avó sussurrou o nome do hospital, entramos em um taxi, quando cheguei no hospital, corri como nunca havia corrido antes. Ele estava lá, dormindo, gelado, haviam desligado os aparelhos. Colei minha boca na dele e sussurrei entre seus lábios:
- Hey, garoto, eu te amo.
        Ouvi um grito abafado de ' não ' ,vindo daquela simpática senhora que eu havia conhecido a poucos minutos no metro, enquanto meu corpo vazio cai da janela do 5° andar .