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1 de outubro de 2011

Chuva.

Meu melhor amigo um dia disse que quando tomamos banho se chuva brincamos de ser humanos, já faz um tempo que não chove por aqui, sempre que o tempo se fecha parcialmente ficamos os dois esperando freneticamente aquela gota de chuva que nunca vem, esperando para reviver momentos como os que estão guardados na memória. Correndo pelas ruas vazias, enquanto imensos pingos de água gelada caem em nossa pele, brincando um com o outro em plenos 17 anos, dando risadas, ficando ensopados de uma alegria sem igual. 

21 de agosto de 2011

changes.

O tempo passa, as coisas não parecem mudar, mas então eu penso no passado, e o quanto as coisas mudaram desde um ano atrás , um mês atras. Talvez seja isso que nos mantenha vivos, essa maldita e  constante mudança.   Meu professor me disse certa vez : é a incerteza que traduz a juventude, que os impulsionam a mudar e a fazer a diferença. Quando você começa a ter certeza , você envelhece, você se paralisa e se conforma. É ai que mesmo  permanecendo  vivo você morre.

17 de agosto de 2011

A muito não escrevo, não por falta de vontade, e sim de tempo e paciência, não quero escrever aqueles romances clichês e melosos que toda adolescente tem na pontas dos dedos, quero escrever algo que vem fresquinho da alma, a uma velocidade tão grande que possa e a explorar ao máximo a fragilidade do teclado posicionado a minha frente.

7 de agosto de 2011

Estou com aquele gosto ruim na boca de ressaca misturado com cigarros. Aquele cheiro forte nas roupas. A procura de uma boa música para ouvir, e me deixar levar por ela. Esquecer os problemas banais que me atormentam tanto. A música penetra em meus ouvidos, cada batida faz meu corpo tremer, e eu compartilho esse momento com a lua que começa a nascer. A escuridão vai me envolvendo aos poucos como um manto envolve o corpo frágil de uma criança. O odor forte do vômito invade a casa, o cheiro da bebida derramada arde em minhas narinas. As risadas dos amigos que estiveram aqui ainda ecoam em minha mente. Acendo mais um cigarro, e o fumo com a ajuda da brisa fria que leva embora suas cinzas.

27 de junho de 2011

Anjo perdido.

Dou a ti o meu mais sincero sentimento, mostro-te minha alma, peço-lhe que me salve. Deus. Acredito em ti com minhas mais fortes devoções. Mas se acredito em ti tão fortemente, acredito também em Lucifer. Pego-me pensando como será sua imagem. Sonho as vezes com seu rosto, e a ele atribuo no meu subconciente o mais belo rosto que já vi, ruivo, branco como a neve, o dêmonio, o mal, envolve meus pensamentos, o vejo abrir suas negras assas e sorrir. O anjo mais belo diz a bíblia. O anjo que se perdeu , a mais bela criatura, que se entregou aos defeitos humanos. Pego-me a pensar também em uma grande irônia, se Deus, tiver o mais simplório e desgastado rosto, isso não tirará sua glória, sua divindade, mas dizem que Deus fez do homem sua imagem, jamais um homem simplório e desgastado terá alguma glória, assim é com Lucifer, se suas assas não forem simetricamente perfeitas e seu rosto, não for o mais belo entre os belos, ele perderá toda e qualquer atenção.
Não importa o quanto a existência de um, implica na do outro. Suas graças, se é que posso atribuir tal adjetivo à um ser tão vil quanto um anjo perdido, são totalmente distintas.
 Deus, pensei inúmeras vezes em lhe pedir perdão por meus pensamentos, mas não creio que precise. O Senhor, connhece muito bem o lábirinto ao qual chamo de mente. E que as pessoas não se enganem, minha unica fé, por mais estranha e torta que seja, está em Deus, é somente Ele que me dá a luz necessária para chegar ao final do meu tão complexo labirinto, mesmo que as vezes eu me perca pois meus olhos humanos são falhos, eu sei que terá sempre uma luz a brilhar mais forte, uma luz que em sua magnetude grita : Não desista, você não está sozinha.
" Coração de serpente, oculto debaixo de um semblante de flores! Jamais um dragão guardou tão belo antro ! Belo tirano! Angélico demônio ! Corvo enfeitado com penas de pomba ! Cordeiro com entranhas de lobo! Desprezível substância da mais celestial aparência! Exatamente oposto ao que exatamente te assemelhas, santo maldito, honrado malfeitor !  Oh! Natureza! Que tinhas a fazer no fundo do inferno, quando alojaste a alma de um demônio no paraíso mortal de corpo tão belo? Qual foi o livro que algum dia conteve matéria de tal modo vil, tão ricamente encadernado? Semelhante mentira pode habitar um palácio tão maravilhoso? "

     William shakespeare - Romeu e Julieta

24 de junho de 2011

Queer as folk

 Hoje eu assisti ao ultimo episódio de Queer as folk, e apesar de o melhor episódio de todos e o que eu mais me emocionei foi o antepenúltimo, eu fiquei praticamente paralisada com o ultimo, não somente pelo que acontece mas por saber que era o fim. Por um bom tempo eu vivi queer as folk, era a minha realidade, essa serie realmente mudou minha vida, não como os livros que eu leio e tiro lições, foi além disso, um outro universo. E quando acabou, parte do que eu estava vivendo também acabou. Ela costuma preencher o vazio que eu sentia quase sempre.

22 de junho de 2011

Máscaras.

Que deixem as máscaras caírem, e seus rostos deformados pelo sofrimento se mostrarem. Que deixem de fingir, nem que seja por um segundo. Que façam o que querem e não o que os é imposto. Que respirem o ar puro, e não esse cheiro forte de podridão que as máscaras em seu estado de putrefação exalam o tempo todo. Deixem que elas caiam, que cubram o chão e sirvam de adubo para que a vida se fortaleça , por que acreditem, a vida está sucumbindo.

20 de junho de 2011

Amo quando você está deitada na cama, e sorri e esfrega as mãos lentamente ao redor dos olhos enquanto me vê e sussurra "bom dia querida ", eu não posso fazer outra coisa a não ser sorrir de volta.
O café quente espera por você no copo ao lado da cama, mas não creio que ele estará ainda quente quando for beber, provavelmente o tempo que vamos gastar nos aquecendo em baixo das cobertas, entre carinhos e sorrisos, vai ser o mesmo tempo que ele gastará para se resfriar.
 E assim vamos vivendo esse amor, que esquenta nossos corpos e esfria nossos cafés.

10 de junho de 2011

16 a idade perdida.

Verônica, 16 anos, trancada no banheiro com um cigarro acesso na boca, uma garrafa de bebida barata do lado e uma lâmina afiada sendo forçada cada vez mais fundo sobre sua pele branca.
Ela estava entorpecida, se lembrava de um ano atrás quando seus sorrisos ocupavam grande parte do seu dia, e suas preocupações eram banais. Se lembrava de quando nem mesmo sabia o que era "se cortar ", e de quando entrava em longas discussões sobre o quão ruim era fumar, ou quando via garotas de 16 anos bebendo e se drogando. Quantas vezes não as condenou ? Ela pensava que se casaria virgem, que jamais colocaria um cigarro na boca, e que só beberia depois dos 18 anos. Drogas ? Jamais isso se quer passou pela cabeça dela.
  Mas tudo havia mudado agora. Ela não comia, fumava, bebia, se drogava o dia todo. Tentava ocupar ao máximo sua vida vazia, mas nada surtia efeito por muito tempo. Ela estava ferrada, e sabia que não adiantaria correr disso.
 E ali ela ficou, com os únicos amigos que a restou. 
Acabou por dormir no chão do banheiro, que há algum tempo é o lugar ao qual chama de lar.

Mudanças...

É impressionante como as coisas podem mudar tão rápido. Você pode estar se sentindo a pessoa mais feliz do mundo e cinco minutos depois estar mais ferrado que tudo. A mudança esta presente em tudo e nós estamos submetidos a ela, eu sei. Mas isso não quer dizer que eu aceite isso bem.
Mudanças nunca me agradaram muito. Mudanças em designes de sites de relacionamento, mudanças de casa, de humor de amigos de vida. Dizem que um segundo é pouco, mas a vida de alguém pode mudar em um segundo. Toda uma história pode sumir, todo um passado se apagar, milhões de corações se partirem, milhões de crianças nascerem. Mudanças...
 Eu definitivamente não gosto delas.

8 de junho de 2011

distantes mas próximos.

          Sua mãe a sacudiu levemente.
 " Filha, está tudo bem ? "
 "Sim mamãe " ela respondeu ainda sonolenta. " Por que me acordou ? "
 "Estava falando aquele nome outra  vez, e gritava, achei que fosse um pesadelo "
 " Eu não me lembro de nenhum pesadelo, estou com sono, vou voltar a dormir. Boa noite mãe. "
         Ela mentiu. Se lembrava com clareza do que havia sonhado, ela estava com ele, andando pela rua, ele a segurava em seus braços e ela podia claramente ouvir a música "Talking to the moon". Ele sorria, e ela não podia conter o sorriso também. Só os dois. Como ela sempre sonhava, mas esse era o problema, o único momento em que eles estavam realmente juntos era em seus sonhos, que acabavam por terminar mal, e ela gritava.
          Todos os dias eles conversavam horas e horas pela internet, mas nunca parecia ser o bastante. Ela ia dormir 2 as vezes até 4 da manha mesmo tendo que acordar as 6 para ir ao colégio, mas ela não ligava para o quanto dormiria, ou se ficaria cansada. Falar com ele a fazia sentir especial, amada. Ele realmente a amava. Amava faze-la rir, mesmo que pra isso tivesse de engolir sua dor.
          Era um amor verdadeiro e extremamente forte. Mas era um amor que doía mais que o corte de mil facas afiadas. Um amor separado por milhas e milhas. Um país de distancia.
          Mas nem mesmo essa cruel peça do acaso os faria parar, ou amar menos um ao outro. Eles estavam distantes fisicamente, mas suas almas estavam entrelaçadas desde o primeiro EU TE AMO.

27 de abril de 2011

Vazio.

Ela não usava pulseiras , marcas de cortes e queimaduras enfeitavam seus braços.
Ela não aguentava mais as brigas em casa, nem o cigarro que antes a entorpecia fazia mais efeito. Ela não sentia nada, então, na tentativa de voltar a sentir, se agarrava a lâmina que havia retirado de um " gilette" , e a forçava contra sua pele, cada dia mais fundo. Os gritos que antes soltava nas brigas, sumiram. As unicas coisas que saiam do seu corpo eram sangue e lágrimas.
 Ela fazia de tudo para fugir do vazio que a ia comendo lentamente, mas a dor era a unica coisa que surtia efeito.  Mais alguns cortes, ia para o banheiro, se lavava e lá chorava. Chorava tanto que chegava a um ponto que ela nem se quer percebia as lágrimas lhe caindo do olho, se misturando com a água que lhe limpava o corpo vazio, só as percebia, quando seu gosto salgado chegava-lhe a boca.
Ela não comia mais como antes. Começou tirando o jantar, e depois o lanche, agora só tomava café da manha e almoçava, pouca coisa.
A questão era, ela se maltratava, tinha amor a vida dos outros mas nenhum a sua própria. Queria morrer, queria tanto morrer que lhe doia quando um carro passava e ela não estava possicionada a sua frente.
Mas poucas pessoas sabiam disso. Poucas pessoas realmente a conhecia.
Por fora, ela era a menina que ria com os amigos das coisas mais idiotas do mundo, a menina do cabelo estranho e uma blusa de frio que não lhe saia do corpo (para cobrir suas marcas). só. Mas por dentro, ela tinha muitos piercings e tatuagens, ela tinha uma casa onde morava com os amigos.
Ela não era nada além de esperanças dilaceradas, de sonhos destruidos, ela era pura e simplesmente VAZIA.
E quando o vazio a consumiu, ela não tinha mais pelo que suportar aquilo que chamam de vida. Então pela primeira vez, ela fez algo por ela. Atirou-se na frente de um carro, que vinha tão rápido que atirou seu frágil e vazio corpo, do outro lado da avenida. E quando recolheram seus restos mortais, curiosamente seu rosto estava intacto, e viram nela algo que a muito lhe era desconhecido. Um sorriso.


                             "Uma vez que o vazio faz parte de você, ele jamais te deixa por completo."

1 de março de 2011

Amedrontada.

Tenho medo devo confessar. Medo de perder a unica coisa que foi a mim atribuida, a minha unica maneira de gritar meus medos e segredos. Minhas mãos se posicionam firmes, segurando fragilmente a caneta diante do papel em branco, e pela primeira vez, desde que aprendi o alfabeto, faltaram-me palavras. Eu não tenho nenhum talento especial, na verdade nem talento tenho, mas as palavras tinham um carinho especial por mim, assim como eu tinha por elas, e nós mantinhamos essa relação bonita, que agora me parece tão extinta. Já me peguei chorando a noite de tão amedrontada então me apego a vicios que me acalmam, cigarros, bebidas ... .Não posso perder minha amiga, minha companheira de horas dificeis e arco-iris. Mas creio que por enquanto, só me resta temer e esperar até que o tempo decida o meu destino.

27 de fevereiro de 2011

Inspiração.

O sangue corre quente por minhas veias, minhas mãos digitão e apagam freneticamente ideias falhas, meus olhos fitão o monitor buscando uma forma de trazer de volta todas aquelas palavras que antes eram tão facilmente expressas. Falhamente.
Toda a minha inspiração morreu. As palavras sempre foram minha saida, meu modo de escapar de gritar de viver, e agora ela se foram, toda e completamente. Como aquela brisa fresca que te tras um frescor puro e lhe da aquela ilusória senssassão de frescor e liberdade e depois lhe deixa, esperando por sua volta, em vão.
Fico me perguntando onde esta minha inspiração ? minha imaginação ? Minha capacidade de me livrar do fardo do mundo real onde foi parar ? Eu quero de um modo gritante meu refúgio de volta para mim. Quero poder sentir algo que não seja o vazio e a incapacidade, outra vez.

26 de fevereiro de 2011

  Seus cabelos longos e castanhos enrolados em minhas mãos, seu corpo quente contra meu corpo quente, o vento frio soprando, cheiro de bebida no ar, gosto de cigarro na boca. Minha boca contra sua boca, minha mão livre sentindo o seu corpo com ternura, suas mãos em mim.
  Uma música tocando a fundo, eu brincando com ela e ela brincando comigo, sorrimos, dançamos, conversamos. Não estavamos sozinhas, nossos amigos também brincavam, também sorriam e dançavam. Eu e ela nos destacavamos, talvez fosse o nosso jeito de não se importar muito com as coisas, ou por como ficavamos brincando de casal para irritarmos  nossos amigos gays que não se sentiam muito a vontade com a situação. Eles brincavam, nós brincávamos. Foi um dia realmente ótimo, e nna hora da despedida, um ultimo beijo. Não daqueles beijos quentes, foi um colar de lábios, um abraço, eramos só nós duas.
    Foi realmente bom, foi calmo, foi puro, gosto de como me sinto com ela, gosto de estar com ela, somos amigas, temos certos benefícios e isso me diverte, gosto de como ela me diverte. Eu amo essa nossa amizade.
 M <3

25 de fevereiro de 2011

I don’t know how to pray, i mean, not that thing everybody know and say in church. But i talk to God, almost everyday, i tell Him my secrets (i know He already know everything, but i like to tell Him myself ), i cry , i ask a lot of questions and even though i can’t hear the answer i just feel better, that’s not something i can explain, i feel relieved, and i always smile after our conversation. When i feel sad, or lost, i look at the sky and feel that i’m not alone. I like sitting on my window at night, and sing my favorite songs to Him, and when i’m singing somethimes i feel this amazing cool wind dancing around me and playing with my hair, then i smile again.

Devaneios

Por favor não me diga adeus, não desiste de mim, não me deixe. Por favor. Eu estou gritando , por que estou gritando ? Grito por você ? Quem eu quero que fique ? Eu te amo ? Não, eu não amo ninguém, meu coração não sabe amar. Então , quem é você ? Cade você, por favor volte, onde estas ? Por que me deixou ? Você esteve aqui? É possivel que eu lhe tenha imaginado. Talvez, mas não faz sentido, eu não faço sentido. Febre, estou com febre, devaneios me cercam. Por que você ? Meu corpo queima, arde, dói. Sinto frio e o suor me corre o corpo. A febre almenta, posso sentir minhas enzimas se desimarem. ONDE ESTÁ VOCÊ?  Não vê que estou morrendo, não vai me salvar ?Quem é você ? Por que está na minha mente ? Qual rosto você tem ? Qual a cor de seus cabelos menina ? Venha até mim, me abrace e me aqueça, o frio consome toda parte de meu corpo, eu preciso do seu calor. Me abrace. Me abrace. Me beije e arranque de mim a febre que me mata. Você não vai vir, então me curo com um remédio. A febre passa e os devaneios também, fico lúcida. As lembranças de você somem aos poucos, eu não consigo mais pensar em ti. Quero a febre outra vez, quero o frio e a dor, por que eles me trouxeram você, mesmo que por alguns poucos e dolorosos minutos, eu sei que não é real na minha lucidez, mas era na minha insanidade. Quero-te, e quero te amar, me ensina o amor. Não consigo viver assim, sem sentir, eu daria o que fosse preciso pela minha insanidade,a lucidez é insuportavel.

Vícios.

O cigarro, a bebida, a música são minhas maneiras de escapar do mundo real. Mas eu nunca os consumi de maneira desenfreada, sempre pude parar o quanto queria. Mas o consumo foi ficando frequente , e mais intenso. Hoje eu não sei sinceramente se consigo parar, ou se quero. Minha vida anda sem sentido algum, meu coração não bate mais com a mesma intensidade que antes, até minha razão está perdida. De pensar nessa situação me assusto. Estou assustada agora, como quase sempre, adeus, vou afogar meus medos em uma dose de wiskey e intoxica-loscom a fumaça de meus cigarros.

30 de janeiro de 2011

Dificil pensar em mim com alguém, eu sou solitária, não me dou ao luxo de amar, amor, amor , amor. Essa palavra me soa patética. Não tenho isso de ficar e me apaixonar, ou ficar mais de uma vez com a mesma pessoa. Sou egoista. Não me importo com os sentimentos alheios.Sou cretina, mal carater. E não pense que me envergonho disso, tenho muito orgulho disso, por que essa sou eu, é quem eu sou e quero ser.

16 de janeiro de 2011

Acordei atordoada, uma neblina densa cobria-me o corpo. Levei a mão a , estava molhado, olhei o líquido, era sangue, meu sangue.
Levantei-me com dificuldade, estava em uma floresta. Ao meu lado havia uma pá e um buraco.
Pequenos lapsos de memória vinham a minha cabeça. Eu estava deitada com Marcos, meu namorado, a gente havia acabado de chegar a uma cidade pequena, havíamos fugido. Ele dizia que me amava, mas eu não via emoções em seus olhos.
- Eu quero voltar.- Eu disse.
- Você não pode.
- Por que ?
- Roubei seus pais, roubei tudo. Eles nos prenderão se voltarmos.
- não acredito que fez isso. Vais devolver tudo.
- Eu preciso do dinheiro. Nós precisamos.
- Não. São meus pais.
Ele  sacou uma arma. Um barulho estridente machucou-me os ouvidos. Um tiro havia atingido minha cabeça.
Meio zonza, olho mais uma vez ao redor. Ando para frente e sem querer piso em espinhos, mas não sinto nada. Peguei alguns espinhos e forcei sobre minha pele. Não sentia nada. Meu sangue havia parado de fluir do meu ferimento na cabeça. Desesperada corri , até que atravessei uma árvore e percebi.
Eu estou morta. Fui assassinada pela unica pessoa que eu já amei, por causa de pedaços coloridos de papéis.