Páginas

27 de junho de 2011

Anjo perdido.

Dou a ti o meu mais sincero sentimento, mostro-te minha alma, peço-lhe que me salve. Deus. Acredito em ti com minhas mais fortes devoções. Mas se acredito em ti tão fortemente, acredito também em Lucifer. Pego-me pensando como será sua imagem. Sonho as vezes com seu rosto, e a ele atribuo no meu subconciente o mais belo rosto que já vi, ruivo, branco como a neve, o dêmonio, o mal, envolve meus pensamentos, o vejo abrir suas negras assas e sorrir. O anjo mais belo diz a bíblia. O anjo que se perdeu , a mais bela criatura, que se entregou aos defeitos humanos. Pego-me a pensar também em uma grande irônia, se Deus, tiver o mais simplório e desgastado rosto, isso não tirará sua glória, sua divindade, mas dizem que Deus fez do homem sua imagem, jamais um homem simplório e desgastado terá alguma glória, assim é com Lucifer, se suas assas não forem simetricamente perfeitas e seu rosto, não for o mais belo entre os belos, ele perderá toda e qualquer atenção.
Não importa o quanto a existência de um, implica na do outro. Suas graças, se é que posso atribuir tal adjetivo à um ser tão vil quanto um anjo perdido, são totalmente distintas.
 Deus, pensei inúmeras vezes em lhe pedir perdão por meus pensamentos, mas não creio que precise. O Senhor, connhece muito bem o lábirinto ao qual chamo de mente. E que as pessoas não se enganem, minha unica fé, por mais estranha e torta que seja, está em Deus, é somente Ele que me dá a luz necessária para chegar ao final do meu tão complexo labirinto, mesmo que as vezes eu me perca pois meus olhos humanos são falhos, eu sei que terá sempre uma luz a brilhar mais forte, uma luz que em sua magnetude grita : Não desista, você não está sozinha.
" Coração de serpente, oculto debaixo de um semblante de flores! Jamais um dragão guardou tão belo antro ! Belo tirano! Angélico demônio ! Corvo enfeitado com penas de pomba ! Cordeiro com entranhas de lobo! Desprezível substância da mais celestial aparência! Exatamente oposto ao que exatamente te assemelhas, santo maldito, honrado malfeitor !  Oh! Natureza! Que tinhas a fazer no fundo do inferno, quando alojaste a alma de um demônio no paraíso mortal de corpo tão belo? Qual foi o livro que algum dia conteve matéria de tal modo vil, tão ricamente encadernado? Semelhante mentira pode habitar um palácio tão maravilhoso? "

     William shakespeare - Romeu e Julieta

24 de junho de 2011

Queer as folk

 Hoje eu assisti ao ultimo episódio de Queer as folk, e apesar de o melhor episódio de todos e o que eu mais me emocionei foi o antepenúltimo, eu fiquei praticamente paralisada com o ultimo, não somente pelo que acontece mas por saber que era o fim. Por um bom tempo eu vivi queer as folk, era a minha realidade, essa serie realmente mudou minha vida, não como os livros que eu leio e tiro lições, foi além disso, um outro universo. E quando acabou, parte do que eu estava vivendo também acabou. Ela costuma preencher o vazio que eu sentia quase sempre.

22 de junho de 2011

Máscaras.

Que deixem as máscaras caírem, e seus rostos deformados pelo sofrimento se mostrarem. Que deixem de fingir, nem que seja por um segundo. Que façam o que querem e não o que os é imposto. Que respirem o ar puro, e não esse cheiro forte de podridão que as máscaras em seu estado de putrefação exalam o tempo todo. Deixem que elas caiam, que cubram o chão e sirvam de adubo para que a vida se fortaleça , por que acreditem, a vida está sucumbindo.

20 de junho de 2011

Amo quando você está deitada na cama, e sorri e esfrega as mãos lentamente ao redor dos olhos enquanto me vê e sussurra "bom dia querida ", eu não posso fazer outra coisa a não ser sorrir de volta.
O café quente espera por você no copo ao lado da cama, mas não creio que ele estará ainda quente quando for beber, provavelmente o tempo que vamos gastar nos aquecendo em baixo das cobertas, entre carinhos e sorrisos, vai ser o mesmo tempo que ele gastará para se resfriar.
 E assim vamos vivendo esse amor, que esquenta nossos corpos e esfria nossos cafés.

10 de junho de 2011

16 a idade perdida.

Verônica, 16 anos, trancada no banheiro com um cigarro acesso na boca, uma garrafa de bebida barata do lado e uma lâmina afiada sendo forçada cada vez mais fundo sobre sua pele branca.
Ela estava entorpecida, se lembrava de um ano atrás quando seus sorrisos ocupavam grande parte do seu dia, e suas preocupações eram banais. Se lembrava de quando nem mesmo sabia o que era "se cortar ", e de quando entrava em longas discussões sobre o quão ruim era fumar, ou quando via garotas de 16 anos bebendo e se drogando. Quantas vezes não as condenou ? Ela pensava que se casaria virgem, que jamais colocaria um cigarro na boca, e que só beberia depois dos 18 anos. Drogas ? Jamais isso se quer passou pela cabeça dela.
  Mas tudo havia mudado agora. Ela não comia, fumava, bebia, se drogava o dia todo. Tentava ocupar ao máximo sua vida vazia, mas nada surtia efeito por muito tempo. Ela estava ferrada, e sabia que não adiantaria correr disso.
 E ali ela ficou, com os únicos amigos que a restou. 
Acabou por dormir no chão do banheiro, que há algum tempo é o lugar ao qual chama de lar.

Mudanças...

É impressionante como as coisas podem mudar tão rápido. Você pode estar se sentindo a pessoa mais feliz do mundo e cinco minutos depois estar mais ferrado que tudo. A mudança esta presente em tudo e nós estamos submetidos a ela, eu sei. Mas isso não quer dizer que eu aceite isso bem.
Mudanças nunca me agradaram muito. Mudanças em designes de sites de relacionamento, mudanças de casa, de humor de amigos de vida. Dizem que um segundo é pouco, mas a vida de alguém pode mudar em um segundo. Toda uma história pode sumir, todo um passado se apagar, milhões de corações se partirem, milhões de crianças nascerem. Mudanças...
 Eu definitivamente não gosto delas.

8 de junho de 2011

distantes mas próximos.

          Sua mãe a sacudiu levemente.
 " Filha, está tudo bem ? "
 "Sim mamãe " ela respondeu ainda sonolenta. " Por que me acordou ? "
 "Estava falando aquele nome outra  vez, e gritava, achei que fosse um pesadelo "
 " Eu não me lembro de nenhum pesadelo, estou com sono, vou voltar a dormir. Boa noite mãe. "
         Ela mentiu. Se lembrava com clareza do que havia sonhado, ela estava com ele, andando pela rua, ele a segurava em seus braços e ela podia claramente ouvir a música "Talking to the moon". Ele sorria, e ela não podia conter o sorriso também. Só os dois. Como ela sempre sonhava, mas esse era o problema, o único momento em que eles estavam realmente juntos era em seus sonhos, que acabavam por terminar mal, e ela gritava.
          Todos os dias eles conversavam horas e horas pela internet, mas nunca parecia ser o bastante. Ela ia dormir 2 as vezes até 4 da manha mesmo tendo que acordar as 6 para ir ao colégio, mas ela não ligava para o quanto dormiria, ou se ficaria cansada. Falar com ele a fazia sentir especial, amada. Ele realmente a amava. Amava faze-la rir, mesmo que pra isso tivesse de engolir sua dor.
          Era um amor verdadeiro e extremamente forte. Mas era um amor que doía mais que o corte de mil facas afiadas. Um amor separado por milhas e milhas. Um país de distancia.
          Mas nem mesmo essa cruel peça do acaso os faria parar, ou amar menos um ao outro. Eles estavam distantes fisicamente, mas suas almas estavam entrelaçadas desde o primeiro EU TE AMO.