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10 de junho de 2011

16 a idade perdida.

Verônica, 16 anos, trancada no banheiro com um cigarro acesso na boca, uma garrafa de bebida barata do lado e uma lâmina afiada sendo forçada cada vez mais fundo sobre sua pele branca.
Ela estava entorpecida, se lembrava de um ano atrás quando seus sorrisos ocupavam grande parte do seu dia, e suas preocupações eram banais. Se lembrava de quando nem mesmo sabia o que era "se cortar ", e de quando entrava em longas discussões sobre o quão ruim era fumar, ou quando via garotas de 16 anos bebendo e se drogando. Quantas vezes não as condenou ? Ela pensava que se casaria virgem, que jamais colocaria um cigarro na boca, e que só beberia depois dos 18 anos. Drogas ? Jamais isso se quer passou pela cabeça dela.
  Mas tudo havia mudado agora. Ela não comia, fumava, bebia, se drogava o dia todo. Tentava ocupar ao máximo sua vida vazia, mas nada surtia efeito por muito tempo. Ela estava ferrada, e sabia que não adiantaria correr disso.
 E ali ela ficou, com os únicos amigos que a restou. 
Acabou por dormir no chão do banheiro, que há algum tempo é o lugar ao qual chama de lar.

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